segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia 1

Acolhida

A recepção começou na quadra, onde todos os alunos da escola estavam formados para recepção da diretora-adjunta. Ao final, recolhemos o equipamento necessário para o dia - aparelho de som, datashow e fios - e nos encaminhamos para sala de aula. Vários alunos já haviam trabalhado comigo. Na sala, começamos ao som de Infinito Particular, da Marisa Monte. Pedi que arrumassem a sala em círculo e fiz uma pequena recepção para iniciarmos o trabalho.


Problematização

O som não estava bem audível. Tentamos ajustes para que pudessem reconhecer um pouco da letra. Dois alunos já conheciam a música de uma novela. Conversamos sobre o título Infinito Particular. Vitória conseguiu chegar a uma compreensão do mesmo. Na terceira vez que repeti a música, destaquei algumas frases no quadro branco, como "eis o melhor e o pior de mim", "sou pequenina e também gigante", "olha minha cara, sou só mistérios, não tem segedo", "vem, cara, me retrate" e "tá na cara, sou porta-bandeira de mim". Conversamos sobre o conceito de Retratar e Porta-bandeira. O primeiro, demonstraram bom entendimento - fotografar, escrever sobre, desenhar. O segundo, Rodrigo chegou a ideia de "representar alguma coisa". Falei sobre a figura do Mestre-sala, protetor da bandeira. Concluimos com a noção de retratar-se como representar-se, ao mesmo tempo em que se protege essa imagem.

Com licença poética

velazquez_meninas Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não,
creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos – dor não é amargura.
 Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida  é  maldição pra homem.  Mulher é desdobrável.  
Eu sou.
Adélia Prado

O autorretrato
Rockwell by Rockwell No autorretrato que me faço / - traço a traço –
às vezes me pinto nuvem, / às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas / de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem / mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco / - pouco a pouco -
minha eterna semelhança, / no final, que restará?
Um desenho de criança… / Terminado por um louco!
Mário Quintana
Calvin como Rockwell 
Texto, Algma poesia. Rockwell, Yo. Calvin, Depósito.
Pra encerrar, Batistão, que mais parece um professor que, por trás do jeito desanimado, guarda um louco com sonhos de um palhaço.
Batistão

Atividade Integradora

Pedi que pensassem em três características suas e, então, fossem para o centro e caminhassem até que, ao receberem o comando de parar, aproximassem de um colega e contassem uma característica, repetindo esse processo três vezes. A timidez retardou a atividade. Alguns alunos evitaram participar, outros procuraram manter suas duplas. Depois de concluída a ação, li o texto do Mário Quintana que estava no quadro, comentei rapidamente, solicitei que escrevessem sobre si e desenhassem um autorretrato. Enquanto executavam, instalei o datashow e exibi imagens de autorretratos e li texto de Adélia Prado. Não tínhamos material para concluir o crachá, então encaminhei a tarefa seguinte.

Expectativas e Partilha

Solicitei que respondessem as perguntas "o que espera", "o que trouxe" e "o que precisa fazer" e depois separei os quatro grupos para reunirem as principais impressões. A participação foi restrita. Márcio posteriormente mostrou-me suas respostas, mas "esqueceu" de apresentar aos colegas. Mais uma vez, não executamos o estandarte como planejado por falta de material. O material necessário para as atividades pendentes foram solicitados no início do dia, separados no final do mesmo e serão usados na aula seguinte.


Apresentação do projeto

Após o recreio, apresentei o formato do projeto, comentei sobre o material usado e relacionei o círculo ao trabalho de equipe, necessário para que superássemos os desafios dos dois anos que virão pela frente. Também comentei que, por ser um trabalho colaborativo, não aceitaria ofensas e agressões entre eles - já presentes no primeiro encontro com os apelidos, utilizados principalmente por Élisson e Thaiza.

Para casa

Solicitei que pesquisassem informações para o Memória Familiar.

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